quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SOU NEGRÃO

Ei, você aí, preste atenção
Vamos falar de discriminação
Acabar com o preconceito
E toda forma de desrespeito

Eu gosto de ser negrão
E isto não muda o amor que tenho no coração
Não é o preto que muda meu caráter
Não penso em cor, vivo outra realidade

Me posiciono como aprendiz
Alguém capaz de ser feliz
Mesmo se aliso meu cabelo
Confesso, sou negro por inteiro
Não quero ser escravo
Das amarras da sociedade
Grito se alguém me discriminar
Vou ao judiciário porque não sou otário

Negro tem os mesmos direitos
E o país tem que acabar com o preconceito
Invadimos antes essa nação
Plantamos café, cana e limpamos o chão

Hoje trabalho no tribunal
Mando e desmando sem tratar alguém como animal
Porque sou negro e sou gente
Minha cor é o que menos conta no final

Minha ficha é limpa, é branca
Tenho estudo e posso pôr banca
Se você vier me revistar, me bater e gritar
Porque hoje estou sem terno, te ponho atrás dos ferros

Discriminar é igual a matar
E hoje no Brasil tenho chance
De ser ator, cantor, juiz e delegado
Só não posso ser escravizado


Luciane Dias
Nov/2012

Um comentário:

Unknown disse...

rrssr esse poema foi feito para o Excelentíssimo magistrado Durval Barbosa? gostei. Meu pai é negro,então eu sou negra também, de alma e sangue, apesar da pele parda, meu nariz redondo não me deixa negar. Parabéns, vcc escreve muito bem. Até seus sonetos apesar de não terem as rimas corretamente estão muito bons. adoro ler, só me falta tempo...

TEXTOS