domingo, 3 de outubro de 2010

PELAS LENTES DA VIDA...


A labuta do dia-a-dia é registrada pelas lentes
De uma forma que o foco é o que se está na mente
O enquadramento é feito em cada um dos ideais
Transformando em belezas todas as coisas reais.

Os olhos não conseguem enxergar
Mas, as lentes aproximam tudo àquilo que desejo alcançar
Basta ter paciência, olhar para os lados
E pensar na cena como se ao fundo tocasse um lindo fado.

Se a lua não for suficiente para iluminar o assunto principal
Deixe que a vazão insurja de uma luz artificial
O que o ser humano não pode perder
É aquele momento que de repente jamais volte a acontecer.

Porque a vida não é faz de conta e nem tem ensaio
Muito menos os sonhos podem ficar guardados em balaio
Mas, é mistura de dom e necessidade que vem do coração
Que deve ser criativa e reinventada em grande dimensão

Porque de perto todo mundo é granulado
E deseja ver os momentos da sua vida registrado
Como numa bela fotografia contrastada
Contando uma história de felicidade que foi sempre imaginada.

sábado, 24 de julho de 2010

A VIDA COMO UMA FLOR

A vida é como uma flor

Que precisa de encanto e amor

Precisa de alguém para gerar

E alguém para amar

Começa praticamente de um nada,

Mas pode ser tudo

No começo é pequenininha

Mas, mesmo fechadinha mostra sua beleza para o mundo

Não conhecemos seu desabrochar

Quando abre tem magia de encantar

Sua beleza parece ser eterna

E quem a vê não pensa que ela vai murchar

Acabar?

O seu testemunho vai ficar,

Porque um dia, o seu desabrochar

Deixou marcas no ar

Por onde pôde passar.

Luciane Dias/ 14.05.97

domingo, 27 de junho de 2010

IÇAR VELAS...

Quantas bandeiras meus sonhos já visitaram
Deixando desejosos os pés no caminho semi árido.
Alegrias, não chove em meu peito
As poucas lágrimas afogam as mágoas dos desencontros
Florescendo a densa vontade de içar vela
Deixar aqui tudo que foi meu
Que esteve comigo.
Desapegar das lembranças
E alçar vôos
De norte a sul, entre céu e mar
As asas conduzindo a esperança.
Em cada nação um novo degrau
Onde minha alma possa recomeçar.
Cada dia...
Mais distante da frágil lembrança.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

TODO MUNDO TEM UM LUGAR SÓ SEU...


Todo mundo tem um lugar só seu
Daqueles que ninguém sabe o caminho
As vezes, é um buraquinho que se mora,
mesmo estando no meio de todo mundo
é lugar profundo
que se guarda a dor e o ôfuror
e como se pode achar?
Alguém por perto consegue chegar?
Lágrimas passaram por lá
Os sorrisos iluminaram
Tentando fazer as lágrimas secarem
as pedras...que tem no caminho deste lugar são grandes
muitas rolaram até o coração
e não se consegue contar
as feridas que deixaram nos pés
Os mesmos pés que tentaram vencer
Que trilharam os caminhos
Que se perderam nos labirintos
Ninguém imagina a dor...
Que fizeram a voz embargada gritar
Os gritos...ninguém ouviu os gritos
Eles ainda ecoam forte...contando a desilusão
O vento sopra lá
Limpa a poeira do passado
Que ainda está estampado num porta retrato
É um lugar deserto ou/e solitário?!
De acalento ou escuridão?
Como sair de lá?
Alguém pode ajudar?
É um lugar único, criado por cada um
Numa mistura de real e imaginário
Tão obscuro que nem o próprio dono sabe o endereço
Tão omisso que ele não quer contar
Porque é difícil admitir
Que dentro de si tem uma toca
Um eco, um ser desfocado
Um buraco de quedas...ou será o criadouro do aprendizado?
Daí as pernas são de pau...são fracas...
Estão sendo comidas pelo cupim da amargura
Ou será feitas da madeira mais nobre?!

Que decisões da vida conseguem definir a cara deste lugar?!
Eita lugar!!!
A grandeza de um mundo num grão de pensamento
Um elo perdido entre o desejo e o acontecimento
Um lugar...um buraco, uma defesa, uma moradia, um esconderijo...
Nas paredes estão escritas a história real de uma vida
No teto os olhos projetam noite a noite o futuro
No chão, está escrito o contra censo: o que se quer e o que acontece
Enfim,...
Um mundo num buraco no meio do nada dentro de cada um!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O QUE DESEJEI...

Desejei um futuro brilhante
Destes que não há tristeza em nenhum instante
Fui deixando na areia minhas pegadas
Marcas que não podiam ser apagadas

Para cada estrela contei um sonho
Declarei amor, pedi que levasse a dor
Para que os dias se renovassem como o azul do céu
Meu coração límpido e pronto para amar

Desejei que as ondas do mar lavassem meu corpo
Revelando o prazer e escondendo o velho rancor
Tirei dos olhos a areia do preconceito
Que me impedia de fazer os grandes feitos

Abandonei o desenho de felicidade
Que fiz para minha vida em tenra idade
Refiz planos e me entreguei ao desejo
Subi morros, desci arestas e tive lampejos

Contei o tempo, a idade, as cores
Mas, foi das flores que percebi
Que nada é estanque, que tudo passa
E que conta mais o que se vive do que o que se idealiza.

Na paisagem límpida do meu ser
Mora o verde da esperança
A oportunidade constante de viver
Mesclando o que tenho e o que escrevi quando criança.


TEXTOS